REVISÃO GERAL DE SOCIOLOGIA PARA AVALIAÇÃO GLOBAL











REVISÃO GERAL PARA AVALIAÇÃO GLOBAL DE FILOSOFIA - 2º ANO
























SOCIOLOGIA - CIDADANIA E POLÍTICA NO BRASIL (HISTÓRICO DOS PRESIDENTES)


Getúlio Dornelles Vargas ( Getúlio Vargas ) 1930 - 1945

Nasceu em São Borja, Rio Grande do Sul. Bacharel em Direito, foi deputado estadual, deputado federal, governador do Rio Grande do Sul e ministro da Fazenda no governo de Washington Luís. Chefe do Governo Provisório organizado logo após a vitória da Revolução de 1930, até 1934, quando foi eleito presidente da República pela Assembléia Constituinte. Ao longo do seu Governo Provisório, o Código Eleitoral estabeleceu o voto secreto, a Segunda Constituição Republicana, que, entre outras determinações, criou a lei do salário mínimo e a Justiça do Trabalho. Sob o pretexto de um golpe comunista ( Plano Cohen ), em 1937, Vargas dissolveu o Congresso e os partidos políticos. Estabelecido o Estado Novo com o golpe, outorgou a Carta de 1937, que fortaleceu o poder executivo. A economia brasileira foi dirigida no sentido de atender aos interesses nacionais, com ênfase na diversificação agrícola e no desenvolvimento industrial. Datam desse período a criação do Conselho Nacional do Petróleo, o planejamento da Hidrelétrica de São Francisco, a Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda. Devido a Consolidação das Leis do Trabalho e à valorização dos Institutos de Previdência Social. Vargas tornou-se o líder dos trabalhadores. O fim da guerra ( 1939 – 1945 ) e a articulação liberal exigiam a redemocratização do País. No início de 1945, pelo Ato Adicional e outras medidas. Vargas permitiu eleições para presidente e para uma Assembléia Constituinte. Decrescentes, as Forças Armadas forçaram a sua renúncia em 29 de outubro de 1945.

Eurico Gaspar Dutra ( Eurico Dutra ) 1946 - 1951

Nasceu em Cuiabá, Mato Grosso, no dia 18 de maio de 1883. Eleito com uma grande vantagem Dutra assumiu o Governo no mesmo dia em que instalou a Assembléia Constituinte ( 31 de janeiro de 1946 ).A promulgação da Quarta Constituição republicana ( 18 de setembro do mesmo ano ) foi o fato mais importante do seu governo. A Carta estabeleceu a responsabilidade do Presidennte e de seus ministros de Estados perante o Congresso e assegurou aos cidadãos os direitos do liberalismo político além de manter os direitos adquiridos, anteriormente, pelos trabalhadores. Em seu governo foram construídas a rodovia Rio – São Paulo ( Via Dutra ) e a Companhia Hidrelétrica de São Francisco. As revelações de diplomacia com a URSS foram cortadas e foram caçados os direitos do Partido Comunista Brasileiro ( PCB ) . Faleceu no Rio de Janeiro em 11 de junho de 1974.

Getúlio Dornelles Vargas ( Getúlio Vargas ) 1951 - 1954

Após a sua renúncia em 1945, Vargas conseguiu se eleger senador ao mesmo tempo por São Paulo e por Rio Grande do Sul e a deputado federal por seis Estados. Em 1950, concorreu à Presidência da República, tendo como candidato a vice João Café Filho. Eleito com 48.7% dos votos, tomou posse em 31 de janeiro de 1951. Durante o seu governo foi criada a Petrobrás. Diante da agitação política e de um atentado ao líder da oposição e jornalista Carlos Lacerda, Vargas sofreu pressões de diversos segmentos para renunciar, terminando por suicidar-se em 24 de agosto de 1954, no Palácio do Catete.

João Café Filho ( Café Filho ) 1954 - 1955

Nasceu em Natal, Rio Grande do Norte, no dia 3 de fevereiro de 1899. Eleito deputado federal em 1934 e em 1945, foi, na Câmara, um dos mais parlamentares com mais destaque, participando ativamente da vida política nacional. Como resultado de uma coalizão política, foi indicado pelo PSP candidato a vice-presidente na chapa de Getúlio Vargas. Após a morte de Vargas, o vice-presidente assumiu. Facilitou ainda mais a penetração do capital externo, o que irritou os nacionalistas e o operariado. Café Filho foi depois ministro do Tribunal de Contas do Estado de Guanabara e faleceu no Rio de Janeiro em 20 de fevereiro de 1970.

Juscelino Kubitschek de Oliveira (Juscelino Kubitschek ) 1956 - 1961

Nasceu em Diamantina, Minas Gerais, em 12 de setembro de 1902, habilidoso em contornar crises sem muita violência ou repressão. Encampou o projeto "50 anos em 5", falando em modernizar o país em grandes proporções. Construiu a Rodovia Belém – Brasília; impulsionou a indústria automobilística; empreendeu, no setor hidrelétrico, as gigantescas obras de Furnas e de Três Marias; auxiliou a expansão da Petrobrás. Sua realização de enorme destaque, entretanto, foi a fundação de Brasília. Terminou seu mandato enfrentando uma enorme dívida externa e uma galopante inflação. Entregou a Presidência em 1961 a Jânio Quadros. No governo de Jânio foi eleito senador por Goiás. Em 1964 seu mandato foi caçado e seus direitos políticos suspensos por 10 anos. Faleceu em desastre de automóvel quando vinha de São Paulo para o Rio de Janeiro em 22 de agosto de 1976.

Jânio da Silva Quadros ( Jânio Quadros ) 1961

Nasceu em Campo Grande, Mato Grosso, em 25 de janeiro de 1917. Com carreira brilhante na política paulista, Jânio apresentou-se para a eleição com uma força enorme, atraindo votos de eleitores de diversas classes sociais. Já empossado, não conseguiu contentar todos esses setores, com uma política econômica de sacrifícios e uma política externa de independência vista como perigosa. Renunciou em agosto de 1961, à espera de ser aclamado pelo exército e pela burguesia. Perdeu seu cargo.

João Belchior Marques Goulart ( João Goulart - Jango ) 1961-1964

Nascidoeu em São Borja, Rio Grande do Sul, em 1 de março de 1919, vice de Jânio, quase foi impedido de tomar posse. Adotou-se então um sistema parlamentarista, em que se tirava o centro do poder das mãos do presidente. Este regime durou até 1963, onde, através de um plebiscito, Jango recuperou o sistema presidencialista e retomou sua atuação. Apoiando-se nos trabalhadores, sugeriu reformas de base para diminuir os abismos sociais do Brasil. Foi visto como representante do perigo comunista e deposto em 1964. Morreu no exílio no dia 6 de dezembro de 1976, no município argentino de Mercedes, vítima de um ataque do miocárdio.
Movimento Militar de 1964

Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco ( Castelo Branco ) 1964 - 1967

Nasceu em Fortaleza, Ceará, em 20 de setembro de 1897. O Supremo Comando da Revolução fez com que o Congresso o elegesse, em 11 de abril de 1964, assumindo o governo no dia 15 do mesmo mês, para uma presidência provisória. Seu ministério era integrado por membros da linha dura do exército, e administradores que tomaram para si o projeto de saneamento das finanças. O presidente ganhou o poder de governar com decretos-lei, e contava com os Atos Institucionais para tirar a oposição do caminho. Existia forte repressão às manifestações contrárias às atitudes do governo. Faleceu em um desastre aéreo, em 18 de julho de 1967, após haver deixado a Presidência.

Marechal Artur Costa e Silva ( Costa e Silva ) 1967 - 1969

Nasceu em Taquari, no Rio Grande do Sul, a 3 de outubro de 1902. Seu governo representou um período de uma ditadura ainda mais repressiva. Decretou o Ato Institucional nº 5, e fechou o Congresso por dez meses. Fortaleceu os radicais da ala militar. Foi afastado da presidência por uma trombose cerebral. Assumiu uma Junta Militar, que definiu o próximo presidente. Faleceu no Rio de Janeiro no dia 17 de dezembro de 1969, vítima de um distúrbio circulatório. A partir de sua doença o governo foi exigido interinamente por uma junta militar composta pelo ministros do Exército, Marinha e Aeronáutica, que passaram o poder ao Presidente Emílio Garrastazu Médici.

General Emílio Garrastazu Médici ( Garratazu Médici ) 1969 - 1974

Nasceu em Bagé, Rio Grande do Sul, a 4 de dezembro de 1905. Com a complicação de saúdo do Presidente Costa e Silva, foi indicado e eleito pelo Congresso Nacional para a Presidência da República. Governou sob o clima do Milagre Econômico, que entusiasmou a classe média. A divulgação de seus projetos pela televisão criaram um clima de ufanismo nacional. A vitória na Copa de 70, por exemplo, foi utilizada como símbolo do futuro de sucesso do Brasil. Investiu em grandes obras de necessidade duvidosa, como a rodovia Transamazônica. Simultaneamente, os militares tiveram que enfrentar a reação de grupos que encontraram na luta armada o caminho de oposição à ditadura. Os êxitos econômicos do "Milagre" justificaram o rígido controle político – ideológico, mantido durante o seu mandato. Faleceu em 9 de outubro de 1985.

General Ernesto Geisel ( Geisel ) 1974 - 1979

Nasceu em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, no dia 3 de agosto de 1908. Foi lançado oficialmente candidato à Presidência em 18 e julho de 1973, vencendo o pleito do Colégio Eleitoral em 15 de janeiro de 1974. Se empossou da presidência logo após a Crise do Petróleo, que encontrou um Brasil otimista e despreparado para enfrentá-la. Mesmo assim manteve construção de obras gigantescas, como a ponte Rio-Niterói e a Usina Nuclear em Angra dos Reis. Iniciou o processo de abertura política, pressionado pelos opositores e pela opinião pública. Entre suas principais realização destacam-se o reatamento das relações com a China; o II Plano Nacional de Desenvolvimento, visando ao desenvolvimento do País; a busca de novas fontes de energia, realizando o acordo nuclear com a Alemanha e criando os contratos de risco com a Petrobrás; início do processo de neodemocratização do País. Em 1979, passou o Governo ao General João Batista de Oliveira Figueiredo.

General João Batista de Oliveira Figueiredo (1979-1985)

Nasceu no Rio de Janeiro em 15 de janeiro de 1918. Com o general – exército, foi escolhido pelo seu partido – ARENA – candidato à Presidência, obtendo a vitória pelo Colégio Eleitoral em 15 de outubro de 1978, prometendo "a mão estendida em conciliação". Como presidente, discursou na ONU, a 27 de setembro de 1979, onde se posicionou contra os autos juros impostos pelos países desenvolvidos que impediam os demais de crescerem. Último presidente do regime militar, deu seqüência ao processo de abertura. Em 1979 assinou a Lei de Anistia, que permitia o retorno de exilados políticos ao Brasil. Governou sob grave recessão econômica, acompanhada de numerosas greves. Ao fimnal de seu governo, os políticos da oposição estavam extremamente prestigiados. Em 1984, foi substituído no Governo por José Sarney, vice – presidente de Tancredo Neves, eleito indiretamente pelo Congresso Nacional.
Redemocratização

José Ribamar Ferreira de Araújo Costa ( José Sarney ) 1985 - 1990

Nasceu em Pinheiro, Maranhão, no dia 24 de abril de 1930. Presidente da transição para a democracia, assumiu com a morte de Tancredo Neves, que faleceu antes de a tomar posse. Enfrentou um período de inflação descontrolada através de diversos planos, sendo o Plano Cruzado o que teve sucesso por mais tempo. Várias concessões políticas a seus grupos de sustentação atrapalharam a manutenção de uma política econômica austera.


Fernando Collor de Melo 1990 - 1992

Nasceu no Rio de Janeiro, no dia 12 de agosto de 1949. Primeiro presidente brasileiro eleito por voto direto depois da ditadura militar e o único, até agora, a sofrer um processo de Impeachment. Foi eleito com um discurso anti-corrupção e modernizador. Implantou o Plano Collor, que revoltou a população ao impedir saques de contas particulares e poupanças nos bancos acima de uma determinada quantia. Abriu o mercado para a entrada de produtos estrangeiros. Mesmo buscando manter uma imagem de herói junto à população, sofreu um processo de Impeachment por corrupção e renunciou ao seu cargo. Retornando à Brasília, escolhe São Paulo como domicílio eleitoral e anuncia a intenção de concorrer para a Prefeitura da cidade em 2000.

Itamar Augusto Cautieiro Franco ( Itamar Franco )1992 - 1994

Nasceu em 1930, à bordo de um navio que fazia a rota Salvador – Rio de Janeiro, e passou a infância em Juiz de Fora, Minas Gerais. Vice de Fernando Collor de Melo, assumiu a presidência em caráter definitivo, em 29 de dezembro de 1992, após sua renúncia. Enfrentando novamente o retorno da inflação, deu início ao processo de desindexação que levou ao Plano Real, no mandato seguinte. Largou o mandato em 1 de janeiro de 1995, com índice de popularidade entre os mais altos da República.

Fernando Henrique Cardoso ( FHC ) 1994 – 2003

Sociólogo e político carioca, radicado em São Paulo, nasceu em 18 do junho de 1931, assumiu prometendo vincular o projeto econômico com o social. Implementou o Plano Real, que foi bem-sucedido para reduzir significativamente a inflação. Iniciou o processo de privatização das empresas estatais, enfrentando protestos. Conseguiu aprovar no Congresso Nacional várias emendas à Constituição, inclusive a que permitiu a sua própria reeleição.

Luiz Inácio Lula da Silva (Lula) 2003 - Até os dias atuais

Metalúrgico brasileiro nascido em Garanhuns, PE, que como líder do movimento sindical brasileiro chegou a Presidência da República (2002). Filho de lavradores, mudou-se (1952), com a mãe e seis irmãos, para Santos, no litoral do Estado de São Paulo. Com nove anos começou a trabalhar como vendedor ambulante, aos 12 como entregador de tinturaria e aos 15 como metalúrgico numa fábrica de parafusos. Formou-se torneiro mecânico pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Começou a militar no movimento sindical (1969) e, seis anos depois, assumiu a presidência do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema. Em pleno regime militar, liderou (1978) a primeira grande greve operária do Brasil em dez anos. Durante outra greve (1980), foi detido e enquadrado na Lei de Segurança Nacional. Essas greves de metalúrgicos do ABC paulista projetaram-no como líder do movimento sindical brasileiro. Comandou a fundação do Partido dos Trabalhadores, o PT, e da Central Única dos Trabalhadores, CUT (1980). Candidato ao governo do estado de São Paulo (1982), ficou em quarto lugar. Dois anos depois participou ativamente da campanha das diretas-já e (1986) foi eleito deputado federal com a maior votação da história do país. Na Assembléia Nacional Constituinte, defendeu a reforma agrária, a empresa nacional, a nacionalização das reservas minerais e a estatização dos bancos. Candidatou-se pela primeira vez à presidência da república (1989), pela Frente Brasil Popular (PT, PSB e PC do B), mas foi derrotado, no segundo turno, por Fernando Collor de Melo, que conquistou 53% dos votos válidos. Após a eleição, optou por não se candidatar a uma vaga no Congresso para viajar pelo Brasil, como preparação para a eleição presidencial (1994). Nesse mesmo ano, o candidato do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), Fernando Henrique Cardoso, elegeu-se presidente da república com 54,3% dos votos válidos no primeiro turno e ele ficou em segundo lugar, com 27% dos votos válidos. Derrotado novamente por FHC (1998), depois de três derrotas em três eleições seguidas, chegou à Presidência da República pelo voto direto. A vitória contra José Serra (PSDB) no segundo turno das eleições de outubro levaram, pela primeira vez na história do Brasil, um operário ao topo do poder. Tornou-se, então, personagem central de uma história da ascensão de um ex-operário e retirante nordestino no cenário político do país, criador e dirigente de um dos principais partidos de esquerda do Brasil e, com muita persistência, disputar e finalmente ganhar a eleição para a presidência da república.

AULA DE SOCIOLOGIA - CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA NO PAÍS


A atual Constituição da República Federativa do Brasil foi promulgada em 5 de outubro de 1988. Ela constitui o Brasill como um Estado democrático de Direito de estrutura federativa. Em 1993, conforme determinação do texto constitucional, foi realizado um plebiscito para escolher entre monarquia e república e entre presidencialismo e parlamentarismo (foi confirmado o regime republicano e presidencialista). A República Federativa do Brasil é composta por 26 Estados federados e um Distrito Federal.



1ª - A constituição do Brasil de 1824 
foi outorgada por D. Pedro I após a dissolução da Assembléia Constituinte de 1823. Sua principal fonte foi a doutrina do constitucionalista liberal-conservador francês Benjamin Constant de Rebecque. Previa, além dos três poderes da doutrina clássica de Montesquieu, o poder moderador, concebido pelo mencionado Benjamin Constant e atribuído ao Imperador como chefe supremo do Estado brasileiro. No exercício do poder moderador, o Imperador podia vetar os projetos de lei aprovados pelo poder legislativo, bem como suspender os membros do poder judiciário. Abriu caminho para a instituição do governo parlamentar no Brasil. Em 1889, quando foi derrubada pela Proclamação da República, era a segunda Constituição escrita mais antiga do mundo ainda em vigor, somente ultrapassada pela Constituição dos Estados Unidos (1787).
Principais características desta constituição:
  • O governo era uma monarquia unitária e hereditária;
  • A existência de quatro poderes: o Legislativo, o Executivo, o Judiciário e o Poder Moderador, este acima dos demais poderes, exercido pelo Imperador;
  • O Estado adotava o catolicismo como religião oficial;
  • Define quem é considerado cidadão brasileiro; 
  • As eleições eram censitárias, abertas e indiretas;
  • Submissão da Igreja ao Estado, inclusive com o direito do Imperador de conceder cargos eclesiásticos na Igreja Católica (padroado);
  • Foi uma das primeiras do mundo a incluir em seu texto (artigo 179) um rol de direitos e garantias individuais;
  • O Imperador era irresponsável (não respondia pelos seus atos judicialmente). 

2ª - Constituição de 1891
     Decretada e promulgada pelo Congresso Constituinte de 1891, convocado pelo governo provisório da República recém-proclamada. Teve por principais fontes de influência as Constituições dos Estados Unidos e da Argentina. Institucionalizava o Estado brasileiro como República federal, sob governo presidencial. Estabeleceu o sufrágio universal masculino para todos os brasileiros alfabetizados maiores de 21 anos de idade, com voto a descoberto.
  • Os principais pontos da Constituição foram::
  • Abolição das instituições monárquicas;
  • Os senadores deixaram de ter cargo vitalício;
  • Sistema de governo presidencialista;
  • O presidente da República passou a ser o chefe do Poder Executivo;
  • As eleições passaram a ser pelo voto direto, mas continuou a ser a descoberto (não-secreto);
  • Os mandatos tinham duração de quatro anos; 

3ª - Constituição de 1934
         Constituição promulgada pela Assembleia Nacional Constituinte de 1934. Desde a Revolução de 1930, Getúlio Vargas, na qualidade de Chefe do Governo Provisório, governava o país por decreto. Só em 1933, após a derrota da Revolução Constitucionalista de 1932, em São Paulo, é que foi eleita a Assembleia Constituinte que redigiu a Constituição da República Nova. Suas principais fontes foram a Constituição alemã de Weimar e a Constituição republicana da Espanha de 1931. Tinha como principais inovações a introdução do voto secreto e o sufrágio feminino, a criação da Justiça do Trabalho, definição dos direitos constitucionais do trabalhador (jornada de 8 horas diárias, repouso semanal e férias remuneradas).
Considerada progressista para a época, a nova Constituição:
  • instituiu o voto secreto;
  • estabeleceu o voto obrigatório para maiores de 18 anos;
  • propiciou o voto feminino, direito há muito reivindicado, que já havia sido instituído em 1932 pelo Código Eleitoral do mesmo ano;
  • previu a criação da Justiça do Trabalho;
  • previu a criação da Justiça Eleitoral;
  • nacionalizou as riquezas do subsolo e quedas d'água no país; 
4ª - Constituição de 1937
        Constituição do Estado Novo. Ocorreu centralização de poder na figura de Getúlio Vargas.
De suas principais medidas, pode-se destacar que a Constituição de 1937:
•Concentra os poderes executivo e legislativo nas mãos do Presidente da República;
•Estabelece eleições indiretas para presidente, que terá mandato de seis anos;
•Acaba com o federalismo;
•Acaba com o liberalismo;
•Admite a pena de morte;
•Retira do trabalhador o direito de greve;
•Permitia ao governo expurgar funcionários que se opusessem ao regime;
•Previu a realização de um plebiscito para referendá-la, o que nunca ocorreu. 

5ª - Constituição de 1946
Chamada como Constituição da República Populista. A Constituição de 1946 foi promulgada em 18 de setembro de 1946.A mesa da Assembléia Constituinte promulgou Constituição dos Estados Unidos do Brasil e o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias no dia 18 de setembro de 1946, consagrando as liberdades expressas na Constituição de 1934, que haviam sido retiradas em 1937.
Foi durante a vigência desta Constituição que ocorreu o Golpe militar de 1964, durante a presidência de João Goulart. A partir de então, a carta-magna passou a receber uma série de emendas, descaracterizando-a. Tendo sido suspensa por seis meses pelo Ato Institucional Número Um, foi definitivamente extinta pela promulgação da Constituição de 1967, proposta oficialmente pela emissão do Ato Institucional Número Quatro.
Foram dispositivos básicos regulados pela carta:
  • A igualdade de todos perante a lei;
  • A liberdade de manifestação de pensamento, sem censura, a não ser em espetáculos e diversões públicas;
  • A inviolabilidade do sigilo de correspondência;
  • A liberdade de consciência, de crença e de exercicio de cultos religiosos;
  • A liberdade de associação para fins lícitos;
  • A inviolabilidade da casa como asilo do indivíduo;
  • A prisão só em flagrante delito ou por ordem escrita de autoridade competente e a garantia ampla de defesa do acusado 
6ª - Constituição de 1967
            Semi-outorgada. Foi elaborada pelo Congresso Nacional, a que o Ato Institucional n. 4 atribuiu função de poder constituinte originário("inicial, ilimitado, incondicionado e soberano"). O Congresso Nacional, transformado em Assembléia Nacional Constituinte e já com os membros da oposição afastados, elaborou sobre pressão dos militares uma Carta Constitucional que legalizasse a ditadura militar (1964-1985).
De suas principais medidas, podemos destacar que a Constituição de 1967:                                                       
  • Concentra no Poder Executivo a maior parte do poder de decisão;                                                                                    •Confere somente ao Executivo o poder de legislar em matéria de segurança e orçamento;                                                                        
  • Estabelece eleições indiretas para presidente, com mandato de cinco anos;                                                                                               
  • Militariza a Presidência da República, dando às Forças Armadas uma força gigantesca;                                                                            
  • Restringe o federalismo;                                                                      
  • Estabelece a pena de morte para crimes de segurança nacional;                                                                                
  • Restringe ao trabalhador o direito de greve;                                          
  • Abre espaço para a decretação posterior
7ª - Constituição de 1988          
         Decretada e promulgada pela Assembléia Nacional Constituinte de 1987, deu forma ao regime político vigente. Manteve o governo presidencial, garantindo que fossem eleitos pelo povo, por voto direto e secreto, o Presidente da República, os Governadores dos Estados, os Prefeitos Municipais e os representantes do poder legislativo, bem como a independência e harmonia dos poderes constituídos. 
Ampliou os direitos sociais e as atribuições do poder público, alterou a divisão administrativa do país que passou a ter 26 estados federados e um distrito federal. Instituiu uma ordem econômica tendo por base a função social da propriedade e a liberdade de iniciativa, limitada pelo intervencionismo estatal.
Outras mudanças ocorridas na constituição que são consideradas importantes
  • Instituição de eleições majoritárias em dois turnos;
  • Voto facultativo para cidadãos com 16 ou 17 anos;
  • Maior autonomia aos municípios
  • Estabelecimento da função social da propriedade privada urbana;
  • Proibição de comercialização de sangue e seus derivados;
  • Leis de proteção a meio ambiente;
  • Fim da censura nos rádios, TV, teatros, jornais.


 

AULA DE FILOSOFIA - IDEALISMO ABSOLUTO - HEGEL

 
Na filosofia kantiana, o mundo aparece dividido em sujeito e objeto, formas a priori e a posteriori, razão e experiência. A coisa em si, que é contestada pelos idealistas alemães pós-kantianos, indica que por baixo daqueles dualismos permanece o absoluto, o ser em si das coisas, como algo que o pensamento não pode conhecer. Só conhecemos, diz Kant, a maneira como as coisas aparecem para nós, isto é, os fenômenos.
Para Hegel e outros idealistas, a cisão entre sujeito e objeto está incorreta, pois há uma identidade entre sujeito e objeto; nada existe além do pensamento. O conhecimento não é simplesmente o conhecimento do fenômeno, mas o conhecimento total.
O absoluto – Deus (religião) e substância perfeita que não precisa de nenhuma outra para existir (Descartes) –, para Hegel é tratado como sujeito e, assim, passível de ser conhecido. A filosofia de Hegel funda-se nesta tese: “O absoluto é sujeito”.
Em suas críticas a Kant, Hegel destaca a necessidade de conhecer o absoluto. Ele diz: “A essência oculta do Universo não tem em si força alguma que possa oferecer resistência à ousadia do saber”. Por isso, “tem de se abrir diante dele, colocando-lhe diante de sua visão, para que as desfrute, suas riquezas e profundidade”.
A cisão entre sujeito e objeto, oferecido por Hegel, assemelha-se às Ideias Inatas de Platão. A diferença é que o mundo ideal de Platão era imutável e transcendente, enquanto o de Hegel é imanente e demonstra a sua existência porque sai de si mesmo (identidade indiferenciada) e se desdobra num movimento de ascensão, convertendo-se primeiramente em natureza (objeto), para depois passar ao sujeito (espírito).
O movimento de auto-reflexão da Ideia é analisado por Hegel em seus dois livros: 1) na Fenomenologia do Espírito (1807), estuda a ascensão pelo lado do sujeito; na Ciência da Lógica 1812-1816), pelo lado do objeto. Na Fenomenologia do Espírito, coloca em discussão todos os tipos de conhecimento, desde os obtidos pela imediatidade (consciência sensível) até os da autoconsciência.
Em sua dialética, procura passar do conhecimento do “eu”, individual, para o conhecimento do “nós”, coletivo. Esse nós é o sujeito do saber Absoluto. 

AULA SOCIOLOGIA - MOVIMENTOS SOCIAIS

 
Movimento indígena em manifestação.
Em linhas gerais, o conceito de movimento social se refere à ação coletiva de um grupo organizado que objetiva alcançar mudanças sociais por meio do embate político, conforme seus valores e ideologias dentro de uma determinada sociedade e de um contexto específicos, permeados por tensões sociais. Podem objetivar a mudança, a transição ou mesmo a revolução de uma realidade hostil a certo grupo ou classe social. Seja a luta por um algum ideal, seja pelo questionamento de uma determinada realidade que se caracterize como algo impeditivo da realização dos anseios deste movimento, este último constrói uma identidade para a luta e defesa de seus interesses. Torna-se porta-voz de um grupo de pessoas que se encontra numa mesma situação, seja social, econômica, política, religiosa, entre outras. Gianfranco Pasquino em sua contribuição ao Dicionário de Política (2004) organizado por ele e por Norberto Bobbio e Nicolau Mateucci, afirma que os movimentos sociais constituem tentativas – pautadas em valores comuns àqueles que compõem o grupo – de definir formas de ação social para se alcançar determinados resultados.
Por outro lado, conforme aponta Alain Touraine, Em defesa da Sociologia (1976), para se compreender os movimentos sociais, mais do que pensar em valores e crenças comuns para a ação social coletiva, seria necessário considerar as estruturas sociais nas quais os movimentos se manifestam. Cada sociedade ou estrutura social teria como cenário um contexto histórico (ou historicidades) no qual, assim como também apontava Karl Marx, estaria posto um conflito entre classes, terreno das relações sociais, a depender dos modelos culturais, políticos e sociais. Assim, os movimentos sociais fariam explodir os conflitos já postos pela estrutura social geradora por si só da contradição entre as classes, sendo uma ferramenta fundamental para a ação com fins de intervenção e mudança daquela mesma estrutura.
Dessa forma, para além das instituições democráticas como os partidos, as eleições e o parlamento, a existência dos movimentos sociais é de fundamental importância para a sociedade civil enquanto meio de manifestação e reivindicação. Podemos citar como alguns exemplos de movimentos o da causa operária, o movimento negro (contra racismo e segregação racial), o movimento estudantil, o movimento de trabalhadores do campo, movimento feminista, movimentos ambientalistas, da luta contra a homofobia, separatistas, movimentos marxista, socialista, comunista, entre outros. Alguns destes movimentos possuem atuação centralizada em algumas regiões (como no caso de movimentos separatistas na Europa). Outros, porém, com a expansão do processo de globalização (tanto do ponto de vista econômico como cultural) e disseminação de meios de comunicação e veiculação da informação, rompem fronteiras geográficas em razão da natureza de suas causas, ganhando adeptos por todo o mundo, a exemplo do Greenpeace, movimento ambientalista de forte atuação internacional.
A existência de um movimento social requer uma organização muito bem desenvolvida, o que demanda a mobilização de recursos e pessoas muito engajadas. Os movimentos sociais não se limitam a manifestações públicas esporádicas, mas trata-se de organizações que sistematicamente atuam para alcançar seus objetivos políticos, o que significa haver uma luta constante e em longo prazo dependendo da natureza da causa. Em outras palavras, os movimentos sociais possuem uma ação organizada de caráter permanente por uma determinada bandeira.

VÍDEO ÉTICA E MORAL - MARIO SERGIO CORTELLA

Mario Sergio Cortella (Londrina, 05 de março de 1954) é um filósofo brasileiro, mestre e doutor em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, onde também é professor-titular do Departamento de Teologia e Ciência da Religião e da pós-graduação em Educação (Currículo), além de professor-convidado da Fundação Dom Cabral e do GVpec da FGV-SP.